Talentos


Luciano Motta

A parábola dos talentos, muito conhecida pelo povo de Deus, fala sobre servos que receberam uma importância em dinheiro (talentos) para administrarem até a volta do senhor (confira em Mateus 25.14-30). Diz a parábola que o servo que recebeu cinco talentos rendeu mais cinco e o que recebeu dois, rendeu mais dois. Porém, o que recebera apenas um talento, escondeu o dinheiro.

No retorno do senhor, ocorreu a prestação de contas. Os dois servos que multiplicaram o dinheiro ouviram estas palavras: "Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" (v.21 e 23). Mas o servo tímido e covarde, que escondera o talento e não rendera nada, foi amaldiçoado: "Mau e negligente servo... Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes" (v.26 e 30).

Ouvimos freqüentemente uma aplicação desta palavra na seguinte direção: o que temos feito com os dons que recebemos de Deus, nosso Senhor, até a Sua volta? Temos multiplicado ou escondido, como o servo inútil?

Gostaria de caminhar com você por uma via de aplicação diferente dessa parábola para as nossas vidas. Não que seja algo inédito, mas creio que será bênção.

Privilégio e responsabilidade

Já pensou que apenas três servos tiveram o privilégio de administrarem os talentos? Quantos servos igualmente capazes ou mesmo esforçados haviam naquelas terras, mas o senhor separou aqueles três.

Servir a Deus é um tremendo privilégio! Devemos agradecê-Lo por nos escolher e por nos entregar tantas coisas maravilhosas, verdadeiras preciosidades: vidas para cuidar, funções a desempenhar no Reino, dons a desenvolver... Deus nos escolheu e nos separou para Ele, para a Sua glória. É tremendo ser um instrumento nas Suas mãos!

Ligado ao privilégio está a responsabilidade. Devemos corresponder à confiança que sobre nós foi depositada. Em nós há potencial para produzir muitos, muitos frutos para o Reino. Cabe-nos disposição e disponibilidade para que Deus nos use de acordo com a Sua vontade, no Seu tempo, da forma que Ele quiser.

Diversidade e fidelidade

Os servos receberam talentos em quantidades diversas: cinco, dois e um. É verdade que o senhor considerou a capacidade individual na hora de distribuir os talentos (v.15). Contudo, isso não é relevante na parábola. No fim da história, o senhor exalta os que foram fiéis, sem se importar a quantidade de talentos.

Nossa sociedade enaltece os que têm mais ou quem pode mais. Esta mentalidade têm encontrado espaço na igreja. Deus distribui os dons a cada um conforme Sua vontade. Alguns se destacam mais do que outros, por causa do tipo de posição ou de habilidade. Mas em nenhum momento o Pai faz acepção entre Seus filhos. Deus nos ama igualmente e quer nos usar - todos nós - poderosamente!

Não se sinta menor ou diminuído em relação a outros irmãos em Cristo. Deus manda te dizer o seguinte: seja fiel com o que você tem recebido Dele! Mais importante do que quantidade, o Pai valoriza a qualidade. Ele não olha para o exterior, nem para o mais forte segundo os homens, mas vê as motivações do coração e o engrandece, ainda que seja o mais fraco!

No episódio da multiplicação dos pães, o menino que tinha cinco pães e dois peixes deve ter ouvido dos discípulos de Jesus: "Precisamos do seu lanche AGORA!" Uma multidão faminta precisava ser saciada e Jesus usou o pouco que aquele menino tinha para produzir um grande milagre. O pouco que temos recebido de Deus, com fidelidade, se torna um montão!

Liberalidade e prosperidade

O servo inútil enterrou o seu talento. Sua atitude foi absolutamente egoísta. Ele só pensou em si mesmo, no trabalho e no esforço que ia ter de fazer. Mas os nossos talentos não são nossos, são do Senhor e para o Senhor.

volto já
--

Marcadores: