SEJA EXCELENTE (Parte 3)
Servindo a Deus


Por Luciano Motta

"Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra" (2 Timóteo 2.20).

Uma das características mais marcantes da vida de Jesus foi a sua postura de serviço a Deus e às pessoas. Ele deixou toda a Sua glória para viver entre nós, servindo, amando, obedecendo ao Pai, doando tudo de si, morrendo em uma cruz por nós para que pudéssemos viver.

Todo aquele que segue a Jesus, que experimenta a Sua poderosa presença e que é tocado por Sua glória tem esta mesma característica de serviço. Levamos conosco "o morrer do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste" (2 Coríntios 4.10). Cristo vive em nós (Gálatas 2.20). Portanto, o serviço também deve fazer parte de nossas vidas.

Infelizmente, esta característica não é percebida na vida de muitos filhos de Deus em nossos dias. Nem todos estão dispostos a abrir mão de suas próprias vontades para dedicar-se àquilo que o Pai deseja. Buscam as bênçãos, mas não querem realmente servir a Deus. Fica, então, a pergunta: Você tem sido verdadeiramente um servo?

O texto bíblico que abre esta reflexão faz menção de uma grande casa e seus vasos, que representam o Corpo de Cristo (a grande casa) e nós, os seus membros (os vasos). Alguns são para honra, como o ouro e a prata; outros, para desonra, como o pau e o barro. Um firme fundamento distingue os tipos de vasos: "Deus conhece os que são seus e qualquer que profere o nome do Senhor aparte-se da injustiça" (2 Timóteo 2.19).

"Deus conhece os que são seus" - Só pode ser um servo excelente aquele que tem uma vida de intimidade com o Pai. Só quem está próximo Dele reflete a Sua glória - brilha como o vaso de ouro e recebe a honra do Senhor em Sua casa. Ele conhece muito bem aqueles que andam em Sua presença; aqueles que Lhe são fiéis e verdadeiros.

"aparte-se da injustiça" - Aquele que anda com Deus é forte contra o pecado. Por buscar a pureza, está preparado para toda a boa obra, santo para uso do Senhor (leia 2 Timóteo 2.21). Vasos de pau e barro não são adequados para certos tipos de tarefas; têm um aspecto sujo, comum; não são honrosos em uma casa que demanda nobreza e excelência, como é a casa do nosso Deus. Vasos de pau e barro rompem-se com facilidade; são frágeis; representam com isso pouca resistência à injustiça, às pressões e aos atritos peculiares à grande obra que a igreja desempenha neste mundo.

O exemplo de Daniel

Daniel foi um dos jovens recrutados entre os nobres da Babilônia, dotados de grande capacidade (leia Daniel 1.6). Deus o elevou entre os líderes daquele reino. Diz a Bíblia que Daniel se destacava, "porque nele havia um espírito excelente" (Daniel 6.3). Por isso, o rei pensava em constituí-lo sobre todo o reino, mas os outros presidentes e os líderes regionais se levantaram em oposição. Ainda assim, Daniel permanecia "fiel e não se achava nele nenhum vício nem culpa" (Daniel 6.4).

Que lista tremenda de qualidades! Daniel tinha um espírito excelente, era fiel e nenhum vício ou culpa era encontrado nele. Qual era o segredo desse homem? "...três vezes ao dia se punha de joelhos, orava e dava graças diante de Deus" (Daniel 6.10). Ele tinha relacionamento, intimidade com o Pai. Assim Daniel permitia que Deus moldasse o seu caráter, para que o vaso de sua vida não rompesse com as pressões deste mundo - nobre e resistente como o ouro!

Deus levou Daniel a lugares altos, excelentes! Mesmo quando lançado na cova dos leões, em um momento de extrema adversidade, Daniel manteve-se fiel e a glória de Deus se manifestou: os leões nada fizeram! Impactado, o rei da Babilônia estabeleceu um decreto, onde todos deveriam tremer "perante o Deus de Daniel, porque Ele é o Deus Vivo e permanece para sempre" (Daniel 6.26).

Importante notar que quando o rei vai até a cova chamar por Daniel, esperançoso de encontrá-lo ainda vivo, diz: "Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?" (Daniel 6.20).

Nossas atitudes em momentos de adversidade revelam o quanto temos de Deus em nós, o quanto nosso caráter foi moldado por Ele. Há momentos em que o Pai nos permite passar por provações, verdadeiros testes de resistência, que avaliam a qualidade do vaso de nossas vidas.

É na adversidade que vemos - nós e aqueles que nos rodeiam - se a nossa fé em Deus é real, se o que cantamos nos cultos é sincero, se somos religiosos (barro e pau) ou filhos adoradores (ouro e prata). Deus já sabe, Ele já nos conhece. A provação é para nós mesmos, oportuna para refletirmos e crescermos.

Se for preciso, Deus quebra o vaso e faz outro, porém maior e mais belo, para adornar a Sua igreja e ser útil aos Seus propósitos.

Leia também:
- PARTE 1: Evita o mal
- PARTE 2: Adore com todo o teu ser

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