Obedecendo aos impulsos


De Wayne Jacobsen
Artigo "No Sopro do Vento: a Imprevisibilidade da Vida em Cristo"
Revista Impacto 64 "Senhor, muda as nossas agendas!" Maio 2010


A fé não flui de teologia, flui de relacionamento. Desde o princípio, ele quis mostrar-nos como abraçar sua revelação progressiva em nossa vida e ensinar-nos a segui-lo. Não conheço outra forma de descrevê-lo a não ser que devemos simplesmente atender àqueles impulsos que ele coloca em nossa mente. Pode ser que queira revelar algo sobre a pessoa dele, convidar-nos a passar tempo com ele, atrair-nos à Palavra ou nos guiar a servir ou encorajar outra pessoa. Aprender a reconhecer esses impulsos e a obedecê-los é o que nos fará distinguir entre nossos desejos e os desejos dele. Esses impulsos quase nunca começam com um chamado para ministérios espetaculares, mas com a instrução sobre como sair do interesse próprio por meio das muitas formas corriqueiras em que podemos servir a outros à nossa volta.

Para muita gente, isso pode soar como espiritualidade emotiva, baseada em sentimentos e sensações. Ouço tais objeções frequentemente de pessoas que se sentem ameaçadas por uma vida em Deus que não conseguirão controlar por disciplinas e doutrinas. No entanto, não poderiam ser mais equivocadas. Essa é uma dança em que cabeça e coração andam juntos e que nos leva para conhecer Deus e seus caminhos. O coração sem a cabeça pode conduzir-nos de forma bem-intencionada ao desastre, enquanto a cabeça sem o coração exalta a doutrina acima do amor e destrói muitos com sua arrogância.

Para crescer nessa vida, cultivo continuamente meu relacionamento com ele. Separo intencionalmente tempo para estar com ele ao mesmo tempo em que desenvolvo minha percepção de sua atuação durante todo o dia. Mantenho um diálogo constante com ele sobre tudo em minha vida e expresso meu desejo de seguir sua vontade em cada encruzilhada. Procuro imergir na narrativa das Escrituras para aprender como ele pensa e age. Procuro alimentar-me sempre com aquilo que Deus está mostrando a outras pessoas por meio de leitura, ouvindo palestras e pregações e dialogando com outros que estão na mesma jornada.

E como fazer para separar os impulsos de Deus dos meus próprios pensamentos? A maioria dos impulsos que recebo do Espírito são direções simples para amar e servir às pessoas à minha volta. Com esse tipo de impulso, não estou muito preocupado sobre a possibilidade de errar. Não há muitos resultados negativos quando se serve a outros. Porém, quando preciso de maior confiança para seguir uma direção de Deus e tomar um passo importante, procuro alinhar estes quatro elementos:

1. convicção intuitiva da direção de Deus que cresce com o passar do tempo;

2. confirmação na verdade e no exemplo das Escrituras que é assim que Deus age;

3. confirmação de outros irmãos quando converso sobre o assunto com eles;

4. a realidade das circunstâncias à medida que vão acontecendo.

Quando esses elementos estão em harmonia, tenho mais confiança de que estou realmente seguindo à voz de Deus. No entanto, você sabe o que pode acontecer? Às vezes, mesmo quando tudo está alinhado, posso ainda confundir a direção dele. É por isso que pessoas que nasceram do Espírito raramente usam expressões como: “Deus falou comigo para...”; geralmente preferem dizer que entenderam ou tiveram a impressão de que Deus as estava dirigindo dessa ou daquela forma. Já erraram suficientemente para não serem tão presunçosas, mesmo quando estão bem convictas de que ouviram corretamente sua voz.

Já falsifiquei várias vezes a assinatura de Deus, colocando-a na minha agenda, só para descobrir depois que era tudo minha própria autoria. Mesmo assim, ainda estou pronto para levantar-me no dia seguinte e continuar empenhando-me para segui-lo. E, embora esteja disposto a sofrer as consequências dos meus erros, também tenho aprendido que ele é capaz de arquitetar as coisas de tal forma que até meus erros contribuam para seus propósitos.

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