REFLEXÃO: Aprendendo com Ana


Por Judson de Oliveira

Este artigo surgiu enquanto meditava no livro de I Samuel, capítulo 1, no qual se encontra registrada umas das histórias mais lindas da Bíblia. Ana uma mulher que tinha de “tudo”, que no mundo de hoje são considerados fatores essenciais para uma felicidade plena, ou seja, tinha um marido que a amava e fazia de tudo para lhe dar felicidade, uma condição financeira equilibrada, casa, roupas e provavelmente servos à sua disposição vinte e quatro horas por dia. Todavia, Ana era uma mulher frustrada e triste consigo mesma, por não ter sido contemplada com um filho. Naquela época a esterilidade era considerada uma maldição na vida de uma mulher casada.

Podemos diante de esse fato pensar: Ana tinha o que muitas mulheres de sua época queriam ter, por que, ficar se martirizando pela sua esterilidade? Parece até injusto da parte dela agir assim, já que seu marido, de acordo com o versículo 8, também mostrava frustrado, impotente e triste, em não poder ajudar sua amada.

Todos os anos, Elcana levava sua família para Silo com o objetivo de oferecer sacrifícios e adoração ao Senhor dos Exércitos. Deste sacrifício ele dava porções a Penina, também sua esposa, e a seus filhos, porém à Ana dava porção dupla, porque a amava independente da sua condição de estéril. Ainda assim, Ana não se alegrava, limitando-se a chorar constantemente e não comia. E para ajudar na sua angústia, contava com as constantes irritações e provocações de Penina, que a atormentava por ser estéril.

Vejo nessa história o fato de que todas às vezes que Ana subia a Silo para adorar sua rival, Penina, trazia à memória todas suas fraquezas, medos e angústia para atormentá-la e assim atrapalhar seu momento com Deus. Isto talvez esteja acontecendo com você que lê este texto, sentindo-se confrontado quando se achega a Deus para adorar, com acusações de pecado, medo e sofrimento. O nosso inimigo é tão astuto que até mesmo os pecados que ficaram no passado e que já foram perdoados por nosso Senhor, ele usa para nos ameaçar, fazer-nos sentir inferiores, acusando-nos. Querido irmão se o Senhor já te perdoou não aceite acusações do que já foi perdoado.

O nosso inimigo, o diabo, que nos ver longe da intimidade com o nosso Pai Celestial, usará de todas as artimanhas para nos tirar da presença do Senhor. É preciso, atentar para aquilo que nos tem angustiado e trazendo sofrimento, para buscar em Deus a solução.

Ana mudou sua história quando desafiou seu tormento, adorando ao Senhor independente de sua tristeza. Não foi preciso discutir com Penina, para que parasse com as acusações, a adoração fez isso. Quando nos entregamos de todo o coração a Deus em adoração, nosso inimigo foge envergonhado, porque não conseguiu nos distrair de nosso propósito ao qual fomos chamados.

Muitos carregam um pesado fardo todos os dias, e parece que este se torna mais evidente quando procuramos adorar ao Senhor. As vezes tentamos discutir com o nosso inimigo dizendo isto ou aquilo. Ao invés disso deveríamos ir e derramar diante do Senhor nossa amargura e vergonha, fazendo uma aliança com o Senhor. Quando nos aproximamos do Senhor em adoração, o fardo pesado que carregamos é substituído por um fardo leve e suave, porque esta é uma promessa que Jesus nos ensinou a tomar posse. Ainda não entendo o porquê, que nós seres humanos insistimos por tantas vezes em carregar um peso maior do que podemos suportar. Em Isaías 53:4 o profeta diz que: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”. E não somente tomou, mas fez uma aliança com o Senhor a favor de todos nós.

Às vezes eu percebo em algumas reuniões (cultos) onde um ou outro irmão parece que estão malucos gritando ou chorando compulsivamente. Sabe de uma coisa não é nossa postura julgá-los. O profeta Eli julgou Ana enquanto esta orava ao Senhor, pensou que ela estivesse bêbada, mas ao se aproximar dela percebeu que não se tratava de embriagues, e sim de uma mulher quebrantada de diante de Deus. Devemos liberar como fez Eli, sobre a vida de nossos irmãos que se encontra em situação parecida, os sonhos do Senhor para a vida deles.

Ana finalmente pós um ponto final sobre sua história angustiante adorando ao Senhor, sendo contemplada com o filho que tanto sonhava, e não só isso ela foi mãe de uns dos homens mais importantes de sua época, o profeta Samuel. O Senhor além de Samuel lhe deu outros filhos para sua alegria. O Senhor nos ama, e quer o melhor para nossas vidas. Tudo o que é importante para nós é importante para nosso Deus.


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